Fonte: CPRM

 

Após vários anos sem sediar eventos geocientíficos, no Brasil, em parceria com a ASGMI (Associação de Serviços de Geologia e Mineração Ibero-Americanos), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) fortifica sua atuação internacional, buscando a integração econômica, política, social e cultural com os 22 países da América do Sul, Central, Caribe, além de Portugal e Espanha, membros da ASGMI, exercendo cooperação técnica, no âmbito das Geociências, para o progresso da humanidade.

A realização do Seminário sobre Hidrogeologia e Cartografia Hidrogeológica, no Escritório do Rio de Janeiro, entre os dias 10 e 13 de setembro, foi proposta, no ano passado, pela chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais da (CPRM) Maria Glicia da Nóbrega Coutinho, durante a XXIV Assembleia Geral Ordinária da referida Associação, que ocorreu em Salta, na Argentina. Na ocasião, estavam presentes e deram aval à proposição o diretor-presidente Esteves Colnago e o diretor de Geologia e Recursos Minerais José Leonardo Andriotti.

Maria Glicia destaca a relevância do evento cujo foco são os recursos hídricos subterrâneos. “Nesse cenário Ibero-americano, além de oportuno, no momento atual, reveste-se de destacada importância haja vista as tratativas em curso perante o Acordo de Livre Comércio do MERCOSUL-União Europeia. No próximo mês de novembro, o Brasil estará assumindo a presidência do Grupo de Trabalho GT-15: Geología y Minéria do MERCOSUL”.
“Esses recursos armazenados em aquíferos representam a principal reserva de água doce do Planeta e proporcionam às comunidades urbanas e rurais um importante amortecedor contra a seca. A água subterrânea ainda é mal interpretada, subvalorizada, mal gerenciada e inadequadamente protegida, e será cada vez mais necessário aprimorar as soluções inter-regionais e multidisciplinares na gestão urbana e ambiental (inundação, seca e poluição)”, acrescenta a chefe da ASSUNI.

As retiradas globais de águas subterrâneas são estimadas em 900 km3 por ano (2010), fornecendo 35% do abastecimento de água potável; 41% de água para agricultura irrigada e 24% de abastecimento de água industrial direta (Foster, S. & Chilton, J., 2016).

Ainda segundo Maria Glicia, “para o Brasil, país continental, que faz limites com 10 dos 12 países sul-americanos, o estudo do compartilhamento dos recursos hídricos transfronteiriços e a definição de marco regulatório é urgente. Os geocientistas estarão desempenhando um papel crucial nos próximos anos para garantir um amplo acesso à água e às energias renováveis, utilizando o conhecimento sobre a água para combater a pobreza e assegurar qualidade de vida e desenvolvimento econômico aos povos”.

A ASGMI é uma organização sem fins lucrativos, voltada para o desenvolvimento das Geociências, tendo como missão integrar os serviços geológicos membros no desenvolvimento de projetos de interesse comum. Sendo, portanto, um importante fórum de debate das questões geológicas, hidrogeológicas e mineiras.


Pedro Henrique Santos
Colaboração: Maria Glicia da Nóbrega Coutinho
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil (CPRM)
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